Qual é a diferença entre ler um livro e ouvir audio books?

Do ponto de vista acadêmico, todos sabemos que ler um livro sobre papel ou telas não é o mesmo que ouvir um audiolivro, mas são caminhos ainda diferentes que nos levam ao mesmo destino. Cada formato cria e gera experiências de leitura, memórias e emoções complementares. Nesse contexto, denegrir a leitura de tela ou ouvir audiolivros é contraproducente para o mundo dos livros, pois esses formatos podem ajudar o setor a recuperar leitores ou mesmo criar novos públicos. O importante é ler, independentemente do formato (livro em papel, ebooks e audio books).

Além da informação contida neste artigo, temos duas recomendações para vocė do site da MAX5, se estiver interessado em audio books, recomendamos este artigo https://max5.com.br/baixar-audio-books-audiolivros-gratis/ e este outro se preferir ler livros online que podem ser tanto em PDF como em ePub.

Informações de especialistas e pesquisadores da leitura e da audição

Segundo os doutores Art Markman e Bob Duke da Universidade do Texas, os resultados da leitura e da audição, embora diferentes, não são melhores nem piores que os outros. A única coisa é que o cérebro processa a informação de forma diferente.

Em uma conversa publicada em podcasts de diferentes canais, esses médicos que oferecem pílulas de divulgação científica -Dois caras na sua cabeça- sobre como nosso cérebro funciona, discutem em um episódio intitulado “Lendo versus Escutando”, as diferenças entre essas duas maneiras de encarar um texto: lê-lo ou ouvi-lo.

Segundo esses especialistas, que também realizaram estudos sobre as respostas cerebrais em cada caso, o ato de ler significa olhar para símbolos em uma página, e o cérebro está ocupado preenchendo todos os espaços em branco, algo que a ‘Teoria da Receita’ – com Wolfgang Iser na cabeça – já apontou ao falar sobre preencher os espaços em branco ou sobre indeterminação.

Da mesma forma, a mente preenche, por assim dizer, os sons das vozes, a cena, a inflexão, o significado mais profundo, a trama, etc. Com os audiolivros, muitos desses espaços são dados, embora isso nos permita prestar atenção a outros detalhes.

Por outro lado, quando alguém ouve audiolivros, uma vez que não pode voltar atrás e fazer um ato imediato semelhante à releitura, é muito mais provável que faça um esforço maior para tentar extrair a essência do que a voz significava na locução do que quando se lê, o que se pode repetir a leitura quando se quer (dão o exemplo da leitura de Shakespeare, cujo trabalho, dizem eles, é mais fácil de entender ouvido do que de ler).

Em cada caso, as memórias do texto são diferentes de acordo com a forma como são “consumidas”. Em um experimento que o Dr. Markman realizou em seu laboratório, ele viu que quando ouvimos locuções como provérbios, é mais provável que quando as ouvimos, elas estejam conectadas com outros provérbios que têm o mesmo significado mais profundo. Isto também tem a ver com a possibilidade ou não de voltar atrás num texto.

Pelo contrário, quando você lê o mesmo provérbio, é mais provável que você se lembre de outros provérbios que usam palavras ou substantivos semelhantes ou iguais. Ou seja, a leitura escolhe os elementos de uma forma mais literal.

Os médicos também ressaltam que uma diferença essencial entre audiolivros e leitura é que o primeiro pode provocar uma resposta mais emocional ao conteúdo, especialmente porque se assemelha a uma experiência social, onde você pode ouvir diferentes nuances vocais que apontam sarcasmo, ironia, etc., como aqueles que podem ser ouvidos em uma conversa entre pessoas.

Conclusão

Na verdade, a leitura é um ato solitário, e um audiobook pode ser ouvido com outras pessoas, o que lhe permite ver diferentes tipos de reações, tem um componente social que pode tornar a experiência algo mais interativo.

Portanto, eles são diferentes maneiras de desfrutar de obras escritas e cada um pode complementar o outro.

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